O motivo de Luciana Santos na vice de Paulo Câmara

A escolha de Luciana tem como pano de fundo a questão nacional, que pode desdobrar na eleição estadual atingindo o principal objetivo do PSB que é tirar Marília Arraes do páreo, condição fundamental para que seja mantida a hegemonia do partido no estado. Uma das exigências do PT é tirar o partido do isolamento na disputa presidencial e por isso quer a formalização da aliança com o PSB no plano nacional para justificar a retirada de Marília do jogo.
O governador Paulo Câmara já avisou a Gleisi Hoffmann que não conseguirá levar o PSB a uma aliança formal com o PT, mas prometeu trabalhar pela neutralidade do partido para que não haja um fortalecimento da candidatura de Ciro Gomes, deixando o PT com o protagonismo das esquerdas. A essa altura do campeonato, a neutralidade do PSB é melhor do que uma aliança formal do partido com Ciro Gomes para o PT.
Mas onde entra o PCdoB nesta equação? Por ser presidente nacional do partido e com uma reeleição para deputada federal arriscadissíssima, Luciana Santos seria alçada a condição de vice-governadora com a contrapartida de convencer o PCdoB a retirar a candidatura de Manuela D’Ávila para oficializar o apoio ao PT nacional. A aliança formal do PCdoB com o PT atrelada a neutralidade do PSB no plano nacional seriam argumentos suficientes para a retirada de Marília Arraes do páreo no estado.
Apesar de a candidatura de Marília Arraes ter ares de consolidação, esta será a cartada final do PSB no sentido de retirá-la do páreo. Uma evidência de que isso pode acontecer é que o PT fará a convenção de Marília no dia 2 com uma cláusula de que poderá retirar a sua candidatura caso ocorra uma decisão que o partido espera do PSB nacional, que é a neutralidade. Isso talvez justifique colocar uma vice sem votos e sem apelo popular para que a eleição fique dividida entre o palanque de Lula (Paulo Câmara) e o palanque de Temer (Armando Monteiro), que é o sonho do PSB.
Edmar Lira

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